Minha rotina normal é esperar numa longa fila para tomar meu café da
manhã numa lanchonete. Ao abrir a porta, notei apenas um homem no
balcão. O cavalheiro lutava para explicar seu pedido à jovem impaciente:
c-a-f-é p-e-q-u-e-n-o e u-m p-ã-o c-o-m c-r-e-m-e.
Ele falou muito lentamente e eu notei que ele segurava seu braço
esquerdo contra seu peito. Como eu tive um derrame quatro anos antes,
era óbvio que ele também tinha sofrido um. Ao contrário dele, minhas
deficiências são poucas.
Eu cheguei ao balcão a tempo de ouvir a jovem perguntar novamente: o que
é que o senhor deseja? Olhei para a jovem e disse: acho que o
cavalheiro quer um café pequeno e um pão com creme.
O homem virou-se lentamente em minha direção e sorriu. Quando o pedido
foi colocado à sua frente, a jovem pegou seu dinheiro e colocou o troco
no balcão. Ele tentou pegar as moedas com suas mãos trêmulas.
– Posso atender a próxima pessoa na fila? Disse a atendente! Eu não
conseguia acreditar que ela não dava a mínima para a luta daquele homem e
só estava preocupada em receber meu pedido. – A próxima pessoa, a única
outra pessoa nesta fila sou eu. Estarei com você num minuto, logo que
eu terminar de ajudar este cavalheiro.
Peguei seu troco e coloquei na sua mão. Então, quando ele tentou
levantar seu pão, eu peguei seu café e o ajudei a chegar até a pequena
mesa. Ele sentou-se e disse: o-b-r-i-g-a-d-o! D-e-u-s m-e m-a-n-d-o-u
u-m a-n-j-o.
Não, Deus mandou o anjo para me lembrar de como sou abençoado. Abençoado
por estar aqui para ajudá-lo. Abençoado porque posso usar meus dois
braços. Abençoado porque Deus pode abrir os meus olhos num mundo que é
cego ao sofrimento alheio.
Nenhum comentário:
Postar um comentário