A
solidariedade serve para mostrar que não somos uma ilha e não podemos
viver isolados. É possível vivermos sem a ajuda de pessoas por algum
tempo mas impossível todo o tempo. Somos interdependentes. Os eventos
trágicos que atingiram a região serrana do Rio de Janeiro servem para
nos mostrar que precisamos uns dos outros.
Talvez alguém que
menosprezamos e desvalorizamos seja a nossa salvação. Talvez essa pessoa
tenha a corda para arremessar em nossa direção e nos salvar da
destruição iminente. No momento da crise é que se vê o que realmente tem
valor. Desentendimentos, preconceitos, a cor a pele, diferenças,
rótulos, posicão social, etc. Tudo fica sem importância.
Somos
dependentes do momento que somos gerados ao momento que morremos.
Precisamos de alguém para nos nutrir quando na fase de gestação.
Precisamos de alguém para nos retirar do ventre da nossa mãe ao
nascermos e assim prossegue por toda a nossa vida. Nossos pais, cônjuge,
parentes, amigos, professores, enfermeiros, médicos, colegas de
trabalho e mais uma lista interminável de indivíduos que no decorrer da
nossa história estenderam a mão para nos auxiliar.
A outra
característica da solidariedade é a compaixão. A capacidade de sentir a
dor do próximo, ver seu estado de desespero e estender a mão para
ajudar. O sentimento de compaixão, por si só já é incrivelmente lindo,
contudo, sem a ação é incompleto. Na solidariedade está a compaixão em
ação.
A solidariedade via de regra é um processo reativo. Uma
resposta a eventos catastróficos e a calamidades. Contudo o verdadeiro
poder da solidariedade deveria estar na ação preventiva. A compreensão
de que somos irmãos e responsáveis uns pelos outros certamente ajudaria a
prevenir calamidades. Quantas lágrimas e prejuízos seriam evitados com
uma acão solidaria preventiva. A união de indivíduos, organizações
não-governamentais e do poder público através da educação, prevenção e
respeito ao meio ambiente podem evitar que tenhamos a repetição de
tragédias semelhantes no futuro.
Como diz o sábio Salomão: “O prudente vê o mal e se esconde: mas os insensatos passam adiante e sofrem a pena.”
(Moyses Ferreira)
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