sábado, 9 de novembro de 2013

Na construção do amanhã


Nos Estados Unidos, o dia dos namorados é comemorado a 14 de fevereiro. Nesse dia, as pessoas costumam enviar cartões não somente para os namorados. Também a amigos e pessoas queridas.
Foi com preocupação que a mãe de um garoto tímido e calado ouviu-o dizer que desejava dar um cartão para cada colega seu.
Chad era um excluído na classe. A mãe o via, todos os dias, retornando da escola.
A turma vinha na frente, brincando, conversando. Ele sempre atrás, sozinho. Ela ficou angustiada. Mesmo assim, nos dias que se seguiram ela ajudou o filho a confeccionar os cartões.
Comprou papel, cola e lápis de cor. E ele trabalhou com afinco.
Finalmente, no dia dos namorados, estavam prontos os 35 cartões.
Ele não cabia em si de contentamento.
A mãe passou o dia preocupada. Tinha certeza que ele voltaria desapontado. Não receberia nenhum cartão.
Por isso, resolveu fazer alguma coisa para amenizar a situação. Assou
biscoitos especiais que ele gostava.
Depois, ficou esperando. Olhou pela janela e viu os garotos. Como sempre, eles vinham rindo e se divertindo.
Como sempre, Chad vinha atrás do grupo.
Caminhava, no entanto, um pouco mais rápido do que o normal.
Quando entrou em casa, ela esperou que ele se desmanchasse em lágrimas.
Chegou de mãos vazias, como ela pensara. Segurando o pranto, a mãe lhe disse: “Filho, preparei um lanchinho para você.”
Mas Chad não prestou atenção ao que ela disse. Com passos firmes, se encaminhou para a cozinha, repetindo: “Nenhum…nenhum..”
Nesse momento, a mãe observou que o rosto do filho brilhava de alegria. E o ouviu completar a frase: “Não esqueci nenhum, nenhum deles!”
A atitude do garoto é altruísta e denota uma alma que muito mais se preocupa em ofertar amor, do que buscar ser amado.
Poucas criaturas podem superar, contudo, situações semelhantes.
O “bulling”, essa prática de agressividade repetida, muito comum entre
crianças e adolescentes, tem dado causa a alguns desastres.
O fenômeno é mundial. Crianças e adolescentes são excluídos pelos colegas, perseguidos e humilhados. Muitos abandonam a escola, sem condições de prosseguirem enfrentando humilhações e trotes.
As estatísticas apontam ainda crescente número de suicídios na faixa etária da infância/adolescência, como efeito do “bulling”.
Qual será o motivo de tamanha crueldade?
Educadores e pais: estejamos atentos. Observemos o comportamento dos nossos filhos.
Serão eles os promotores do “bulling” ou suas vítimas?
É tempo de ensinar a amar em nosso lar. A respeitar os diferentes. A imitar os melhores, não tentar destrui-los.
Pensemos: quais são os comentários que nossos filhos mais ouvem, com respeito aos outros seres, em nosso lar?
Que falamos a respeito dos colegas de trabalho, dos vizinhos, dos filhos dos outros?
É possível que descubramos que essa manifestação doentia, o “bulling’, seja a resultante da indiferença e do desamor que ensinamos a eles, todos os dias.
Pensemos nisso! O mundo melhor do amanhã está em nossas mãos.
Depende de nós a geração que se estrutura hoje para atuar no mundo logo mais, como cidadãos do mundo, herdeiros das nossas riquezas morais

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