Talvez
esteja dentro da nossa natureza não acreditar na realização dos
próprios sonhos. Uma natureza pessimista. A gente espera, certo, mas no fundo não acredita.
Olhamos para eles como olhamos para o arco-íris e as estrelas: lindos, encantadores, maravilhosos e
inatingíveis. Mas gostamos de olhar,
mesmo cientes que nunca poderemos tocá-los. O fato de existirem já é
um encanto e um milagre Divino. Nos satisfazemos.
E
justamente por que não acreditamos, não corremos atrás, não
construímos, não tentamos. Olhamos para o que outros conseguem e nos
dizemos que eles têm muita sorte. Não nos incluímos nessa categoria.
Mas
se um dia resolvemos pegar as sete cores do arco-íris e trazer pra
realidade das nossas vidas, veremos que nós também temos muita sorte,
que nós também podemos. Se aproveitamos o brilho das estrelas para
iluminar nosso caminho e não nos cegar, veremos que teremos uma
caminhada mais nítida.
Só
vivemos de cinza por opção, pois a vida é colorida, é intensa. Vamos
olhá-la com olhos nus. Tocá-la. Vivê-la. Amá-la. Correr atrás do
que desejamos e esticar os braços até alcançarmos. Subir escadas,
transpor barreiras. Lutar pelo que nos realizará. Brigar, se for
preciso. Chorar, mas de pé.
Talvez
assim a gente não se surpreenda tanto quando nossa mão atingir, mesmo
se timidamente, uma das cores do arco-íris ou a ponta de uma estrela.
Talvez outros se surpreendam. Mas nós não. Por que acreditamos. Por
que bem nos nosso íntimo sabíamos que o caminho poderia ser longo, mas
que um dia chegaríamos lá.
Letícia
Thompson
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