quarta-feira, 11 de julho de 2012

Não se zangue com Deus


Não se zangue com Deus, só ele pode lhe tirar desse fundo de poço.
Há momentos em nossa vida que as coisas não dão muito certas, o céu parece de bronze, a motivação para a oração se vai o medo se instala a esperança se desespera a fé desconfia a amargura se aproxima e a angustia azeda o coração, é preciso encontrar o vilão desta má fase é preciso rever o caminho trilhado.
Devo confessar que amo as lembranças que estão armazenadas na minha memória, pois tenho visto que elas me ajudam a avaliar a minha trajetória de vida... Dando-me material e recursos necessários que me preparam para o futuro, acerca do qual eu faço coro com Cora a poetisa, que afirmou que o futuro será melhor que o presente, pois não por acaso que a escritura declara “o que os olhos não viram e os ouvidos não ouviram e a mente não imaginou é o que Deus reservou para os que o amam. E como diz Jeremias Deus reserva o melhor para o nosso bem!!
Lembro-me de um tempo quando minhas três filhas ainda eram bem pequenas e eu passava por uma serie de dificuldades no todo da minha vida; e como aquela tribulação perdurava a um bom tempo; comecei a duvidar do cuidado e providencia divina. Meu amor por Deus esfriou... Fui parar no fundo do poço... Fiquei lá por um bom tempo com raiva, indiferente, amargo, cínico, confuso, violento e sem ar.
Percebo hoje que aqueles dias secos na minha vida eram em função de não compreender muito bem como funciona a paternidade de Deus, talvez pelo fato de ser filho de pais separados criado pela minha mãe não tive a referencia paterna na minha formação como individuo, e o meu entendimento acerca de temas como: provisão, segurança, limites e responsabilidades me eram fragmentados e desorganizados.
Esse fundo de poço durou até que um dia o telefone de minha casa tocou e era uma amiga e irmã em Cristo por nome Nair que passava uma temporada morando no Estado do espírito Santo à beira da praia, certo dia ela acordou e disse que se lembrou de mim e da minha esposa Isabel e que sentiu muitas saudades e como tinha nosso telefone resolveu ligar para saber noticias, não me lembro muito bem acerca do que falamos, mas me recordo que após ela muito insistir para que fossemos para lá passar uns dias com ela em sua casa, eu e minha família, concordei... O que deixou todos em casa satisfeitos por que até então não conhecíamos o mar e aquela oportunidade nos pareceu de ouro.
Resolvidos alguns detalhes relacionados a dinheiro, folga no trabalho e escola das meninas pegamos o trem e lá fomos nós... Lá chegando e após ser muito bem recebidos pela irmã Nair... Não víamos a hora de conhecer o mar... sabe como é mineiro de primeira viagem... Provar para saber se a água do mar era realmente salgada.
Com as recomendações da nossa amiga acerca dos cuidados a tomar em relação ao mar; lá fomos nos para a praia de Carapebus nossos corações batiam apreensivos ate que víamos a praia e aquele mundo de mar, que maravilha!!!
Dito e feito, provamos a água, era salgada... Passado esse deslumbramento inicial eu e minhas filhas maiores Lídia e Bethania fomos perdendo o medo do quebrar das ondas em nosso tornozelo e eu aos poucos fui entrando mar adentro com a água batendo acima dos meus joelhos e ali fiquei todo feliz e abobado curtindo aquele momento mágico... Até que olhando para a praia vi minha filha menor, Cássia que ainda não havia tocado na água e eu feliz como estava disse para ela vem filha!Vem! O pai te segura, e te protege, vem...
Ela reagiu com uma cara feia, dizendo não, mas eu insistir... Vem filha! Hô filha confia no pai, eu te protejo pode vir... Após mais duas tentativas fiz de conta que iria pegá-la e fui à direção dela, eu deveria está a uns cinco metros de distancia da praia, diante da minha atitude ela saiu correndo e chorando em direção à barraca; ao ver aquela reação da minha filha fiquei paralisado ali dentro da água sem acreditar muito bem no que estava acontecendo e constatando que minha filha não confiava em mim o suficiente para se acolher aos meus braços, confesso aquilo me abalou muito e enquanto tentava entender o que estava acontecendo; ouvir claramente uma voz que me questionava... Ficou triste José!? Ta doendo? Por que você está ai tão perturbado e paralisado? Sua filha não foi na sua direção... Não confiou em você? Dói não é mesmo?
Pois saiba; assim você também tem feito com o seu Deus, você já não houve a sua voz, você já não vai na direção dele perdeu o seu primeiro amor... Já não busca mais acolhida nos seus braços.
Só me lembro de sair lentamente das águas repensando seriamente na minha vida chamei minha esposa e as meninas e lhes chamei para ir embora e voltaríamos no dia seguinte, elas vendo meu semblante triste e estranho nem objetaram.
Ao chegar em casa perguntei minha amiga onde havia um quarto para eu ficar a sós pois precisava orar,
Feito isso clamei a Deus supliquei-lhe perdão e fiquei ali por varias horas em oração agradecendo a Deus por ter chegado àquele momento de quebrantamento, constatando que apesar dos dias difíceis muitos milagres já haviam acontecidos na minha vida inclusive o milagre da paternidade, minhas filhas poderiam dizer “eu tenho um pai” e Deus estava me dando à oportunidade de ser pai para minhas filhas.
Segurei firme nas mãos carinhosas do meu papai do céu sair daquele fundo de poço e fui curtir a praia o mar e a hospedagem carinhosa da minha irmã Nair com minha esposa e filhas foi um tempo de restauração e cura para todos nós, obrigado Deus!!!
José Maria de Souza

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