sexta-feira, 29 de julho de 2011

Viver não Dói


Definitivo, como tudo que é simples. Nossa dor não advém das coisas vividas, mas das coisas que foram sonhadas e não se cumpriram.

     Por que sofremos tanto por amor? O certo seria a gente não sofrer, apenas agradecer por termos conhecido uma pessoa tão bacana, que gerou em nós um sentimento intenso e que nos fez companhia por um tempo razoável, um tempo feliz. Sofremos por quê? Porque automaticamente esquecemos o que foi desfrutado e passamos a sofrer pelas nossas projeções irrealizadas, por todas as cidades que gostaríamos de ter conhecido ao lado do nosso amor e não conhecemos, por todos os filhos que gostaríamos de ter tido junto e não tivemos, por todos os shows e livros e silêncios que gostaríamos de ter compartilhado e não compartilhamos. Por todos os beijos cancelados, pela eternidade interrompida.

     Sofremos não por que nosso trabalho é desgastante e paga pouco, mas por todas as horas livres que deixamos de ter para ir ao cinema, para conversar com amigos, para nadar, para namorar.

     Sofremos não por que nossa mãe é impaciente conosco, mas por todos os momentos em que poderíamos estar confidenciando a elas nossas mais profundas angústias, se estivesse interessada em os compreender.

     Sofremos não por que o nosso time perdeu, mas pela euforia sufocada. Sofremos não por que envelhecemos, mas porque o futuro está sendo confiscado de nós impedindo assim que mil aventuras nos aconteçam, todas aquelas com as quais sonhamos e nunca chegamos a experimentar.

     Como aliviar a dor do que não foi vivido?

     A resposta é simples com um verso: se iludindo menos e vivendo mais!!!

    A cada dia que vivo, mais me convenço de que o desperdício da vida está no amor que não damos, nas forças que não usamos, na prudência egoísta que nada arrisca, e que, esquivando-se do sofrimento, perdemos também a felicidade. A dor é inevitável. O sofrimento é opcional

     "Uma vida é muito pouco para se aprender o necessário para ser humano."
AUTOR DESCONHECIDO

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