domingo, 21 de março de 2010

MORRER PARA VIVER


Nós estamos acostumados a ligar a palavra morte apenas à ausência de vida e isso é um erro.
Ao contrário, existem muitos outros tipos de morte, que se faz necessário, à periodicidade evolutiva da vida.
Caso isso não aconteça, estaríamos estacionados, parados num ponto enquanto o restante do universo estivesse caminhando, mesmo que lentamente.
A morte é ainda mais que uma passagem, é a indicação de uma transformação.
Se a semente não morrer, para dar lugar a árvore, os frutos e as flores não existiriam.
E aqui se faz necessário uma pergunta: O que mostra o real sentido na unicidade da criação; A semente ou os frutos advindos dela?
Para que um embrião inicie sua jornada de vida em transformação, é necessário a morte do espermatozóide e o óvulo fecundado por ele.
Caso eles não morressem, o embrião não teria a possibilidade de ser gerado.
Para que as borboletas surjam em todo o seu colorido e graça, é necessário que a lagarta se enclausure e morra na metamorfose, no sentido da transformação real.
A morte simboliza o ponto inicial que surge, como se fosse um portal que liga o passado ao futuro. E o que está entre o nosso passado e o futuro é o nosso presente. Visto desta forma, a morte é um presente evolutivo. Não é fantástico?
Quando ainda bebês, morremos para o embrião dependente, que morre para criança inocente, que morre para o confuso adolescente, que certamente morre para o adulto produtivo, que da lugar ao veterano experiente, e finaliza com o a missão cumprida do ancião.
E o ancião, no fantástico jogo da vida, da seu lugar ao novo, partindo em direção às estrelas, deixando o seu veículo estacionado aqui neste planeta, para sempre.
Pensando assim, devemos deixar morrer o individualista, o inseguro, o ciumento, o ignorante e outros adjetivos morais cabíveis na transformação, para que nasça um novo homem, que sabe compartilhar de forma inteligente, seus sentimentos mais puros e sutis.
Seu relacionamento não anda bem? De chances para que o novo surja, mesmo que esse novo seja com as mesmas pilastras, pessoas ou situações, contudo, de uma forma inteligentemente interessante.
Para que insistir no comodismo? Mate-o e assim seja feliz, pois esta é uma das boas transformações feitas pela morte em atos e atitudes.
Se tivermos medo das mortes na nossa vida, correremos o risco de ficarmos no passado, já sabido e vivido, abrindo mão de um futuro que nos aguarda, ansioso, próspero e cheio de caminhos a percorrer, portanto, arrisque-se! E com um detalhe importante: Novos caminhos, novos desafios e novas oportunidades de crescimento!
É necessário, todavia, que não matemos as nossas virtudes de criança ( inocência, sorriso nos lábios, simplicidade, criatividade e energia próprios desta fase), mas como adultos devemos matar os vícios da infantilidade.
É aí que mora a grande sacada: Devemos aproveitar aquilo que cada fase nos oferece de bom, para que sejamos completamente felizes e atualizados, descartando o lixo que já não nos serve mais, as muletas e as desculpas que não nos levam a nada, ou melhor nos atrapalham no discernimento de qual caminho tomarmos, deixando-nos inertes.
Então, o que você está esperando para matar em si ainda hoje, tudo aquilo que está ultrapassado, desgastado e não é mais necessário na sua caminhada evolutiva, para que nasça o ser que você deseje se
Pense nisso e MORRA!
Mas, não esqueça de nascer melhor ainda...
V. T. G.

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