terça-feira, 22 de setembro de 2009

A viagem



Dia desses, li um livro que comparava a vida a uma viagem de trem.
Uma comparação, extremamente interessante, quando bem interpretada.
Interessante, porque nossa vida é como uma viagem de trem,
cheia de embarques e desembarques, de pequenos acidentes pelo
caminho, de surpresas agradáveis com alguns embarques
e de tristezas com os desembarques...
Quando nascemos, ao embarcarmos nesse trem,
encontramos duas pessoas que, acreditamos que farão conosco
a viagem até o fim:
”nossos pais”.
Não é verdade.
Infelizmente, em alguma estação eles desembarcam,
deixando-nos órfãos de seus carinhos, proteção, amor e afeto.
Mas isso não impede que, durante a viagem,
embarquem pessoas interessantes que virão a ser especiais para nós:
nossos irmãos, amigos e amores.
Muitas pessoas tomam esse trem a passeio.
Outras fazem a viagem experimentando somente tristezas.
E no trem há, também, outras que passam
de vagão em vagão, prontas para ajudar quem precisa.
Muitas descem e deixam saudades eternas.
Outros tantos viajam no trem de tal forma que,
quando desocupam seus assentos,
ninguém sequer percebe.
Curioso é considerar que alguns passageiros que nos são tão caros
acomodam-se em vagões diferentes do nosso.
Isso nos obriga a fazer essa viagem serparados deles. Mas isso
não nos impede de, com grande dificuldade,
atravessarmos nosso vagão e chegarmos até eles.
O difícil é aceitarmos que não podemos sentar ao seu lado,
pois, outra pessoa estará ocupando esse lugar.
Essa viagem é assim:
cheia de atropelos, sonhos, fantasias, esperas,
embarques e desembarques.
Sabemos que esse trem jamais volta.
Façamos essa viagem da melhor maneira possível,
tentando manter um bom relacionamento com todos,
procurando em cada um o que tem de melhor, lembrando sempre que,
em algum momento do trajeto poderão fraquejar, e, provavelmente,
precisaremos entender isso.
Nós mesmos fraquejamos algumas vezes.
E, certamente, alguém nos entenderá.
O grande mistério é que não sabemos em qual parada desceremos.
E fico pensando:
quando eu descer desse trem sentirei saudades?
Sim.
Deixar meus filhos viajando sozinhos será muito triste. Separar-me
dos amigos que nele fiz, do amor da minha vida, será para mim dolorido.
Mas me agarro na esperança de que, em algum momento, estarei na
estação principal, e terei a emoção de vê-los chegar com sua bagagem,
que não tinham quando embarcaram.
E o que me deixará feliz é saber que, de alguma forma, eu colaborei para
que essa bagagem tenha crescido e se tornado valiosa.
Agora, nesse momento, o trem diminui sua velocidade para que
embarquem e desembarquem pessoas.
Minha expectativa aumenta, à medida que o trem vai diminuindo
sua velocidade...
Quem entrará? Quem sairá?
Eu gostaria que você pensasse no desembarque do trem,
não só como a representação da morte, mas, também, como o término
de uma história, de algo que duas ou mais pessoas construíram e que,
por um motivo ínfimo, deixaram desmoronar.
Fico feliz em perceber que certas pessoas como nós, têm a capacidade
de reconstruir para recomeçar.
Isso é sinal de garra e de luta, é saber viver,é tirar o melhor de
”todos os passageiros”.
Agradeço muito por você fazer parte da minha viagem, e por mais
que nossos assentos não estejam lado a lado,
com certeza, o vagão é o mesmo.
AUTOR DESCONHECIDO

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