domingo, 3 de maio de 2009

Eu aceito um pouco mais...


Em uma cidade do interior, havia um homem que nunca se irritava
ou discutia com as pessoas.
Sempre encontrava uma saída cordial para resolver os problemas
que apareciam e cuidava para não ofender ninguém.
Morava em uma modesta pensão, onde era admirado e muito
bem quisto pela vizinhança.
Alguns amigos não se conformavam pelo fato de ele ser
tão calmo, tão controlado.
Para testar sua paciência, um dia seus companheiros combinaram
levá-lo à irritação e à discusão, numa determinada noite em que o
levariam para jantar em um restaurante da localidade.
Trataram todos os detalhes com a garçonete do restaurante,
que seria responsável pelo atendimento à mesa
reservada para aquela ocasião.
A garçonete chegou ao seu lado e ele, prontamente, levou seu prato
em direção à garçonete a fim de facilitar-lhe a tarefa de servi-lo.
Mas, ela serviu a todos os demais e, quando chegou a vez dele,
foi para outra mesa.
Ele esperou calmamente e em silêncio que ela retornasse por ali.
Quando ela se aproximou novamente para recolher os pratos, ele levou outra
vez seu prato em sua direção que, novamente, distanciou-se, ignorando-o.
Após servir a todos os demais, passou junto a ele, acintosamente, com a sopeira
fumegante, exalando saboroso aroma, como quem havia concluído
a tarefa, e retornou à cozinha.
Naquele momento não se ouvia qualquer ruído.
Todos o observavam discretamente para ver a sua reação.
Educadamente ele chamou a garçonete, que se voltou fingindo
impaciência, e disse-lhe:
- O que o senhor deseja?
Ao que lhe respondeu, óbviamente:
- A senhora não me serviu a sopa.
Ela retrucou, para provocá-lo, desmentindo-o:
- Servi sim, senhor!
Ele olhou para ela, olhou para o prato vazio e limpo, e
ficou pensativo por alguns segundos.
Todos pensaram que ele iria brigar.
Ficou aquele suspense e silêncio total.
Mas, o homem surpreendeu a todos que estavam presentes
ali naquele lugar. Ponderando tranquilamente:
- A senhorita serviu sim. Desculpe-me, mas, eu aceitaria
um pouco mais!
Os amigos, frustados, por não conseguir fazê-lo discutir e
se irritar com a moça, terminaram o jantar convencidos de que
nada mais faria com que aquele homem perdesse a compostura e a calma.
Seria maravilhoso se todas as pessoas agissem sempre com discernimento
em vez de reagir com irritação e impensadamente.
Para o protagonista principal dessa história nada importava quem estava
com a razão e, somente, importava evitar as discussões desgastantes e
improdutivas que dela ocorreriam.
Quem age assim sai ganhando. Para que brigar se você pode resolver
as coisas pacificamente. Use a inteligência e o bom senso.
A pessoa que se irrita por qualquer coisa aspira o tóxico que exterioriza
em volta e envenena a si mesma.

AUTOR DESCONHECIDO

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