sábado, 4 de abril de 2009

Esquecendo as ofensas


Amid e Farid eram dois mercadores árabes muitos amigos.
Sempre viajavam juntos. Cada qual com seus camelos, mercadorias,
escravos e empregados. Numa das viagens, em que o calor se
apresentava abrasador, pararam às margens de um grande Rio.
Farid resolveu tomar um banho e para isso mergulhou
nas águas caudalosas.
Fosse porque se distraísse ou porque não se
apercebesse acabou sendo arrastado pelas correntezas do rio.
Amir pressentindo o risco que corria o amigo
atirou-se no rio e o salvou, embora com esforço.
Muito agradecido Farid chamou um de seus escravos
e lhe ordenou que escrevesse num pedra próxima com
letras grandes e profundas:
"aqui, com risco de perder sua própria vida,
Amir salvou o seu amigo Farid".
A viagem prosseguiu. Os negócios se realizaram e no retorno pararam
no mesmo local para um descanso rápido. Recomeçando a conversar
iniciaram uma discussão por divergências de opiniões. Com os ânimos
acirrados Amir esbofeteou Farid.
Então Farid se aproximou das márgens do rio colheu
uma pequena vara e escreveu na areia:
"aqui, por motivos tolos, Amir esbofeteou Farid".

O escravo que escrevera na rocha a frase anterior
ficou intrigado e perguntou:
- Senhor quando fostes salvo mandaste gravar o feito numa pedra agora, entretanto,
escreveis na areia a ofensa recebida, por que agis assim?
Farid largou a vara olhou o escravo e respondeu:
- Os atos de bondade, de amor e de abnegação devem ser gravados
na rocha para que todos aqueles que tiverem a oportunidade
de tomar conhecimentos deles procurem imitá-los. Porém, quando
recebermos uma ofensa devemos escrevê-la na areia bem perto
das águas para que seja por ela levada. Assim procedendo ninguém
tomará conhecimento dela e acima de tudo para que qualquer mágoa desapareça
de pronto do nosso coração".

AUTOR DESCONHECIDO

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